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Esse guia tem, como objetivo, apontar um leque de opções de software e serviços livres, e recursos abertos que podem ajudar os atores escolares, particularmente professores e alunos.
Não temos meta ser um grande catálogo de software livre ou listar todos os repositórios de conteúdo aberto. O Escolha Livre é resultado de uma curadoria coletiva para selecionar e indicar repositórios de software aberto/livre de qualidade, fáceis de instalar e usar, e que dialogam com práticas docentes.
Também queremos ajudar docentes e alunos a pensar em uma Educação Aberta que, dentre outros princípios, tem, como imperativo ético, pedagógico e técnico a defesa do software livre. O Guia de Bolso da Educação Aberta é uma leitura rápida e fácil sobre o tema.
O Escolha Livre foi lançado durante a pandemia da COVID-19. Apesar do enorme potencial inclusivo da internet, ficou mais claro, nesse período, o enorme fosso existente entre os que têm acesso ao mundo digital e condições de utilizá-lo com qualidade e os que não os têm: cenários de exclusão digital e social. Não por menos, houve imediato e renovado interesse na televisão e no rádio como formas mais equitativas de acesso ao conteúdo educacional, o que seria feito em conjunto com serviços disponíveis via internet. Esse momento nos ajudou também a perceber que o “presencial” não é necessariamente uma “melhor” modalidade de ensino, mas é, sobretudo, uma forma de garantia de acesso à educação para muitos alunos.
É importante pontuar a diferença entre os termos. A noção de uma educação a distância como sendo algo oposto à educação presencial perdeu força há algum tempo – particularmente, com a popularização da web. Novos termos surgiram, como “educação híbrida”, buscando mesclar as melhores e mais apropriadas práticas da EaD e do ensino presencial. Apesar da diversidade de usos desse termo, o híbrido remete a um “meio termo” entre dois polos opostos – EaD e presencial. Na prática, quase sempre que alguém usa o termo “educação híbrida” está falando do uso de novas mídias como algo suplementar: o modelo tradicional de educação presencial acrescido de plataformas online.
Preferimos falar de uma Educação Aberta (EA). A EA não parte da lógica de supremacia de um modelo (por exemplo, presencial) em detrimento de outros. Atualmente, nós definimos a Educação Aberta como:
Movimento histórico que busca atualizar princípios da educação progressiva na cultura digital. Promove a equidade, a inclusão e a qualidade através de práticas pedagógicas abertas apoiadas na liberdade de criar, usar, combinar, alterar e redistribuir recursos educacionais de forma colaborativa. Incorpora tecnologias e formatos abertos, priorizando o software livre. Nesse contexto, a Educação Aberta prioriza a proteção dos direitos digitais, incluindo o acesso à informação, a liberdade de expressão e o direito à privacidade.
Qualquer que seja o modelo – a distância, híbrido, aberto ou outros –, o planejamento precisa ser sistêmico, isto é, levar em consideração vários fatores interdependentes. Além disso, precisa também ser sistemático – pensado passo a passo – para que possa ser feito com qualidade. Isso é muito diferente do uso pontual ou emergencial de ferramentas para comunicação e informação, que vem a ser o cenário que vivemos. Explorar ferramentas e plataformas hoje, no entanto, pode influenciar uma estratégia de médio e longo prazo para uma Educação Aberta. As decisões que estamos tomando, nesse momento, com relação às tecnologias que utilizamos e oferecemos aos nossos professores e alunos, têm implicações importantes para o futuro da educação. Elas geram compromissos, contratos, fidelização de alunos, controle sobre dados e outras questões importantes! Pensar e adotar o modelo Livre e Aberto, a partir da tecnologia, é um comprometimento ético com a educação.
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O Escolha Livre, em sua versão 2024, é uma realização da Cátedra UNESCO em Educação a Distância (UnB) em colaboração com a Iniciativa Educação Aberta, com apoio financeiro do projeto “Boas práticas em redes na implantação e implementação dos sistemas de informação para a infância e a adolescência” (PNUD/UnB/FUNAPE).
Coordenação: Tel Amiel
Design: Isabela Menezes
Conteúdo: Tel Amiel e Isabela Menezes, com Werner Westermann, Tijana Ilić, e Mwinanu Makalicha que fizeram uma curadoria de novos conteúdos como parte de seu projeto de aprendizado-serviço no Mestrado em Educação Aberta (UNG), com base nas contribuições abertas dos participantes do programa OE4BW.
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